Enquanto as autoridades trabalham para impedir um colapso total na usina de Fukushima Daiichi, onde uma segunda explosão ocorreu nesta manhã e três dos quatro reatores nucleares estão com enormes problemas de resfriamento, doses de radiação potencialmente perigosas já estão pairando pelo meio ambiente. Não há ainda uma posição clara sobre os efeitos da situação, mas eis o que nós já sabemos até então.
O que causou o vazamento de radição?
O tsunami de sexta invadiu com facilidade as paredes voltadas ao mar da usina Fukushima Daiichi e alagaram os geradores de diesel que abastecia os sistemas de resfriamento do local. Os operadores chegaram a utilizar água do mar para esfriar o combustível nuclear, mas isso resultou num acúmulo de pressão que obrigou os controladores a abrir as portas de resfriamento do reator, liberando vapor radioativo na atmosfera. A radiação presente no vapor é, neste momento, relativamente modesta, e a concentração mais radioativa continua dentro dos núcleos dos reatores. As duas explosões da usina Fukushima Daiichi tinham como produto principal o hidrogênio, e não há estimativa de que elas tenham liberado quantidades significativas de radiação na atmosfera.
Quem está correndo risco?
Durante o fim de semana, cerca de 140 mil pessoas evacuaram das áreas ao redor das usinas problemáticas — 110 mil estavam a 20 quilômetros de distância da usina Fukushima Daiichi e 30 mil estavam num raio de 10 quilômetros de distância da usina Fukushima Daini. As evacuações devem continuar caso as autoridades encontrem mais evidência sobre onde e como a radiação está se espalhando. Porém, os que correm mais risco são os próprios operadores da usina. Para restabelecer o sistema de resfriamento da usina Daichi, por exemplo, uma equipe de técnicos terá que acessar áreas que já estão completamente contaminadas.Quão sério é o problema?
Apesar de ser possível que a situação fique bem caótica se um dos reatores abrir de vez — um colapso total liberaria quantidades significativas de vários elementos radioativos, como o iodo-131, que se espalha rapidamente pelo ar e pela água e tem grandes chances de gerar defeitos congênitos, câncer de tireóide e outros problemas — especialistas em saúde estão, de forma cautelosa, otimistas. No fim de semana, os níveis de radiação na sala de controle da usina estavam mil vezes acima do que o normal, mas apenas oito vezes do normal em áreas ao redor do local. De acordo com Ron Chesser, diretor do Centro de Estudos de Radiação Ambiental na Texas Tech University, ambos os níveis são tecnicamente seguros para humanos, que absorvem uma média de 360 milirem de radiação por ano vindos de raios cósmicos e fontes criadas pelo próprio homem. Mesmo assim, três elementos em especial — iodo-131, estrôncio-90 e césio-137 — são preocupantes por imitarem substâncias naturais encontradas no corpo humano.Hoje, o Japão elevou o alerta nuclear da área de Fukushima Daiichi para 5 dentro da Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos. Isso significa que Daiichi agora está classificado como “acidente com consequências maiores”. A escala tem 7 níveis — o mais alto atingido apenas por Chernobyl. Em 1979, um acidente em Harrisburg, nos EUA, também atingiu a escala 5 após uma sequência de erros de operação e da liberação de conteúdo radioativo na cidade.
Oi, Kleber.
ResponderExcluirFoi reamente uma tragédia de proporções épicas - aliás, ainda "está sendo", já que, conforme você bem mencionou, as sequelas do terremoto e distinta companhia continuam pairando sobre o Japão (e, por que não dizer, sobre o resto do mundo também).
Enfim, Deus é grande.
Abraços.