'Mafia II' conta boa história, mas falha na mecânica de jogo

Game traz cidade repleta de detalhes das décadas de 40 e 50.
Tiroteio é interessante, mas as missões são repetitivas.


'Mafia II' conta a história de um jovem que entra para a mafia italiana nos EUA. 
Mafia II' conta a história de um jovem que entra
para a mafia italiana nos EUA. (Foto: Divulgação)
Plataformas: PlayStation 3, Xbox 360 (versões testadas) e PC
Produção: 2K Games
Desenvolvimento: 2K Czech
Distribuição no Brasil: Zap Games e NC Games
Gênero: Ação
Jogadores: 1 jogador
Lançamento: 24 de agosto de 2010
Preço sugerido: R$ 200
Nota: 7,0*

Após alguns anos de espera, “Mafia II” chega para os consoles e para os PCs e leva os jogadores para o mundo do crime organizado dos Estados Unidos na década de 40 e de 50. E, embora o game de ação apresente um mundo aberto, ou seja, foi criada uma cidade fictícia inteira, a Empire Bay, o game não apresenta os mecanismos necessários para estimular sua exploração.
Talvez esteja aí o principal problema do jogo desenvolvido pela 2K Czech que, por outro lado, conseguiu criar uma ambientação perfeita do período histórico. Desde os bairros da cidade, as roupas, os carros e as músicas estão retratadas fielmente. Os gráficos estão muito bem trabalhados e as cenas que contam a história se aproximam de filmes que retratam a máfia italiana nos EUA, com uma bela atuação dos dubladores. Mas, fora dessas partes, faltou um pouco mais de malícia para o título ser bem sucedido.
História de cinema
O pano de fundo com a Segunda Guerra Mundial é o cenário que a 2K utilizou para começar “Máfia II”, explicando os comandos do game. Na Itália, Vito Scaletta, o personagem principal, deve eliminar alguns nazistas até que é ferido e levado de volta para os Estados Unidos.
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As missões são geralmente as mesmas e envolvem confrontos com outros mafiosos.As missões são geralmente as mesmas e
envolvem confrontos com outros mafiosos.
(Foto: Divulgação)
Lá, sua família está passando por dificuldades e, com a necessidade de voltar para o confronto, ele recebe a ajuda de um amigo de infância trambiqueiro, Joe Barbaro que consegue papéis falsos para que ele fosse dispensado do serviço militar. Vito começa a ajudar o amigo para conseguir dinheiro, se envolvendo em crimes, conhecendo os grandes mafiosos locais e fazendo trabalhos e favores para eles.
Estas missões geralmente exigem que o jogador pegue um carro (que pode ser do amigo Joe, do próprio Vito ou roubado na rua), dirija pela cidade em direção a um determinado ponto no mapa, enfrente alguns adversários e volte para casa dormir. A história consegue tornar as tarefas um pouco repetitivas, pois em geral envolve um confronto com tiros, em atividades mais interessantes. Vista-se de limpador de janelas e exploda um andar de um hotel, leve seu amigo bêbado para casa e enterre o corpo de alguém que ele matou por acidente, invada um shopping
durante a noite e roube a joalheria – sem saber que outros mafiosos querem a mesma coisa e atraem a policia com eles.
Para estes tiroteios, o game se sai bem. O sistema de mira é simples e os controles são precisos a ponto de permitir tiros certeiros e rápida cobertura atrás de paredes ou de caixas. Isso, por sua vez, ajuda a economizar munição que em algumas fases é bastante escassa.
Além dos combates armados, Vito é um boxeador de primeira, mas esta qualidade é pouco explorada. Para nocautear um inimigo, basta segurar o botão se esquiva e esperar o momento certo para atacar. Aliás, a parte mais incomoda do game, quando Vito está na cadeia serve apenas para ensinar ao jogador alguns golpes. Seria muito mais interessante utilizar esta fase para aumentar o contato do personagem com mafiosos mais durões que estão presos.
Dirigir, parte importante do game, é outra parte que incomoda. Os carros, modelos inspirados em modelos das décadas de 40 e de 50, tem controle duro e, quando você quer pisar na tábua, a polícia sempre aparece para dar uma multa. O jogador pode optar por utilizar o controle de velocidade dos veículos, mas acaba com a diversão.
A ação, contudo, permite confrontos bastante interessante contra os inimigos.A ação, contudo, permite confrontos bastante interessante contra os inimigos. (Foto: Divulgação)
“Mafia II” também é mais politicamente correto do que “Grand theft auto IV” – embora não seja possível comparar os dois. É muito difícil atropelar alguém e, quando isso ocorre, não existe a violência visual. A cidade de Empire Bay não tem a mesma vida do que no famoso jogo. Embora existam pedestres e carros circulando, a interação com eles é quase inexistente.

O jogador, também, está sempre envolvido em uma missão, o que impede de explorar Empire Bay. E, mesmo que queira fazer isso, não há muito o que encontrar além de lojas de roupas para vestir o personagem e oficinas mecânicas para mudar o visual do carro. Revistas Playboy da época e pôsteres dos bandidos mais procurados estão espalhados pelos por todos os cantos e encontrá-los garante Conquistas e Troféus (premiações extras no Xbox 360 e no PlayStation 3
respectivamente), mas isso não estimula a explorar o local. Aliás, basta navegar no mapa e ver que não há muito o que fazer.
Ainda que “Mafia II”seja um bom game e que conte muito bem a história da máfia dos olhos de Vito, as mecânicas o tornam um titulo mediano. Talvez, se houvesse algumas missões paralelas ou se o game não apresentasse um mundo aberto, ele seria melhor. Ainda assim, ele consegue agradar e faz com que o jogador deseje saber o que acontece com Vito e Joe no próximo capítulo.
A história é bem trabalhada e mostra a ascenção do personagem Vito na máfia.

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