Arriba, tchê! Inter vence o Chivas no México



Foi na tradicional raça gaúcha, mas também na base do talento. O Internacional superou a marcação do Chivas no segundo tempo, a grama sintética e, com dois gols de cabeça (Giuliano e Bolívar), venceu o time mexicano nesta quarta-feira, por 2 a 1, em Guadalajara. Uma vantagem e tanto para o próximo jogo, no Beira-Rio.
A partida foi atrasada em alguns minuntos porque parte dos refletores do moderníssimo Omnilife se apagaram. Mas nada que tirasse o brilho da decisão. O Inter veio com Giuliano no lugar do suspenso Tinga. No papel, uma formação mais ofensiva, já que o jovem meia tem maior presença ofensiva do que o jogador que retornou da Alemanha.
O time mexicano, no 4-3-1-2 (que virava um 4-4-2 com o recuo de Bautista), tentava diminuir o cerco ao Colorado. Porém, pelos menos nos dez primeiros minutos, a missão não foi possível. Taison e D'Alessandro, rápidos como o Ligeirinho, ratinho mexicano dos desenhos animados, fugiam constantemente da marcação.

E o Inter não tremeu dentro do Vulcano, como é chamado o novo estádio do Chivas. Logo aos quatro minutos, Taison fez boa jogada pela esquerda e serviu Kleber. O lateral-esquerdo - destaque do primeiro tempo - avançou e bateu cruzado. Alecsandro quase alcançou, antes de a bola beliscar a trave.
A equipe gaúcha tinha o controle do jogo e era perigosa, à base dos toques curtos, como ardentes doses de tequila. O Chivas tinha dificuldades para superar a marcação de Sandro e (principalmente) Guiñazu. Um primeiro tempo quase perfeiro, quase uma pérola do Ocidente, como é chamada a cidade de Guadalajara.
Alecsandro fez a bola entrar em erupção no travessão mexicano, aos 28, em cobrança de falta. Pena que logo após o arremate, o imperador do ataque colorado, assim como ocorreu com os astecas, teve um fim abrupto. Ele sentiu dores na perna esquerda e teve que ser substituído. Everton entrou em seu lugar.
Quase no fim da primeira etapa, mais precisamente aos 41, o Inter teve outra grande oportundidade, com Taison, de cabeça. No minuto seguinte, o tempo esquentou no Vulcano, com uma confusão envolvendo D'Alessandro e Bautista.
E foi o próprio meia mexicano que fez o papel de um dos Mariachi (tipo de músico do país) do filme de Robert Rodriguez, de 1992. Após fazer "arte" com o argentino, Bautista recebeu cruzamento na medida de Bravo e foi letal como um assassino, colocando de cabeça por cima do adiantado Renan.
Assim que terminou o primeiro tempo, o Omnilife apagou suas luzes e iniciou o show do intervalo. Nada melhor para descrever o que aconteceu com o Internacional nos minutos finais: um verdadeiro apagão da defesa fez a festa da torcida mexicana.
INTERNACIONAL VIRA NO SEGUNDO TEMPO
Atrás no placar, o Colorado voltou para a segunda etapa acelerando o ritmo do jogo - algo facilitado pelo gramado sintético do Omnilife. As tentativas logo após o intervalo se concentraram em jogadas pela esquerda, com Giuliano, Guiñazu e Kleber se revezando na hora de finalizar.
Com os espaços deixados pela equipe de Porto Alegre, o Chivas apostava na sua principal arma nesta Libertadores - o contra-ataque objetivo. Aos 18, Mejía cruzou para a área e Renan catou "cucarachas" (baratas, em espanhol), quer dizer, borboletas. Quase que o Rebaño, como é chamado a equipe de Guadalajara, ampliava o placar.
D'Alessandro - que caiu de produção após a discussão com Bautista - quase empatou para o Inter, em belo chute de fora da área. O tempo passava, a vitória do Chivas parecia cada vez mais clara, mas o sonho do bicampeonato na Libertadores continuava na cabeça dos jogadores.
E foi de cabeça que a história começou a ser mudada. Kleber colocou com os pés (mas pareceu que foi com as mãos) na cabeça do jovem Giuliano que, para variar, marcava mais uma vez em um momento decisivo da competição continental. Era o empate do Internacional.
Pouco depois, novamente pelo alto, o Colorado conseguiu a tão sonhada virada. D'Alessandro cruzou para a área, a marcação dobrou em cima de Índio que, rapidamente, conseguiu tocar para Bolívar. A jogada da dupla de zaga deu certo. O segundo mandou de peixinho para o fundo do gol de Michel.
O Chivas acusou o golpe gaúcho como se tivesse sido uma espadada do lendário Zorro. Passou a errar muitos passes e afrouxar a marcação.
O time gaúcho conseguiu segurar o resultado favorável até o fim e, consequentemente a vitória por 2 a 1, que garante uma ótima vantagem para a próxima partida da decisão, na quarta-feira, no Beira-Rio. Arriba, tchê!

FICHA TÉCNICA:
CHIVAS (MEX) 1 X 2 INTERNACIONAL

Estádio: Omnilife Stadium, em Guadalajara (MEX)
Data/hora: 11/8/2010, às 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Hector Baldassi (ARG)
Auxiliares: Ricardo Casas (ARG) e Hernán Maidana (ARG)
Cartões Amarelos: Fabián (CHI), Luna (CHI) e Sandro (INT)
Cartões Vermelhos: Nenhum
Gols: Bautista (1-0), 45'/1°T; Giuliano, (1-1), 27'/2°T; Bolívar (1-2), 31'/2°T);
CHIVAS: Luis Michel; Luna, Reynoso, Mangallón e Ponce; Báez (D'Ávila, 40'/2°T), Mejía e Fabián (Escalante, 33'/2°T); Arellano (Araujo, 23'/2°T), Bautista e Omar Bravo. Técnico: José Luís Real.
INTERNACIONAL: Renan, Nei, Bolívar, Indio e Kleber; Sandro, Guiñazu, D'Alessandro, Giuliano e Taison (Wilson Mathias, 40'/2°T); Alecsandro (Everton,34'/1°T; (Sóbis, 26'/2°T,). Técnico: Celso Roth.

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